11/03/10

Lê o jornal. Consome os títulos. Mastiga as notícias. Cospe o acessório. Recorta. Cola. Pára. Inventa.

Gostava que o Word guardasse um histórico das tentativas que já fiz para dar continuidade a este primeiro parágrafo. Não as considero infelizes, mas sim inadequadas. Processos criativos que não mereceram divulgação, talvez por serem demasiado pessoais, talvez por serem demasiado abstractos. Talvez ainda, por serem, isso sim, pedaços de folhas digitais escritas e rasuradas e reescritas e queimadas por fim.

Muitas como esta, pobre coitada, tiveram o azar de ser publicadas. Acusadas de não terem espontaneidade, de serem cópias daquelas de que todos ansiavam e de aparecerem sob a forma de desabafo forçado. São vítimas dos avanços e retrocessos do seu fugaz criador. Durmo em paz, porque sei que são das tentativas de escritas mais compreensivas que alguma vez encontrei. Perdidas na Baixa, ao som de uma guitarra que propagava melancolia, através de solos antigos de Pink Floyd.

Encontrei-vos e perdi-vos a seguir. Reconheci uma cara conhecida que se dirigiu a mim:
- Nunca mais soube nada de ti…
- Nem eu…

Miguel Branco

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