Comecei pelo fim e adormeci.
Deitei-me, mandei a mensagem e fui tomar banho sem ouvir a porta do quintal
mais o vento. Saí de casa e acordei, os lençois estavam frios e o despertador
já me irrita. Fiz tudo ao contrário. Estive no início do século XX e ninguém
acredita...como é só meu. Fui trabalhar sem que nenhuma sombra sentisse o aroma
da minha ausência, reparaste? Tudo a achar que me sentei e falei, se alguma vez
soubessem de que madeira sou feito. Estive sozinho o dia inteiro, cheio de ninguém,
farto de mim e vazio de vocês. Viro a cara à luta e continuo normal. Lunático
que sou, longe de mim. E acabo aqui, de volta ao que fui, que há meses larguei.
Ostracizo-me diante de ti, vizinha e casa em tempos de outrém. Um dia sozinho,
como me soube tão bem.
Miguel Branco
tinha saudades e há 2 meses que vinha à tua casa ver o que podia encontrar. Encontrava nada mas é sempre bom reencontrar(-te) amigo.
ResponderEliminarhá dias em que estar sozinho faz-nos ouvir melhor a voz de dentro. e o silêncio também diz muito.
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