05/01/13

Descobrimentos

Tinha que ser assim. Ou isso ou vislumbrar as naus a chegar à Índia como se Vasco da Gama não soubesse o que está a fazer. Qual escolherias? Agora certo, certo foi a primeira coisa que fiz ao virar do ano, que esta esquina já cheirava a hortelã em excesso. Há quem ainda esteja por lá, como há quem se afogue em doze passas de ilusão. Os que sobram fingem que lhes é indiferente, quando todos sabemos que mais facíl não há. Mas não estão sozinhos. Quase me esquecia dos que pedem pela champions do glorioso quando já não estamos lá. Ou daqueles que se não beberem champange vão ter um acidente ou perder o emprego. Ainda existem os clássicos que mandam os políticos para as ortigas com panelas e tachos. E os que distribuem mensagens predefinidas só para poderem dizer que o fizeram. Os que rejubilam com o fogo-de-artifício e cinco minutos estão enfiados numa cama (como se os adereços a tornassem a melhor de sempre). Os que resolvem questões pendentes pela nostalgia da época. Aqueles que param de fumar, os que tentam e os que começam a fazer jogging ao som do mar. E ainda os que vão almoçar ao Tavares porque o dinheiro vai acabar. E eu? Eu sou o Vasco da Gama. Até para o ano.

Miguel Branco