28/02/10

Crónica - 26 de Fev

Esta crónica foi feita na aula de Laboratório de Géneros Jornalísticos decidi publicá-la porque já não escrevia no blog há algum tempo. Ironia pura. Espero que gostem.



Obrigado PSD!

No meio de tantos escândalos políticos e económicos que assolam o nosso país, há algo, que muito sinceramente, me causa bastante mais confusão. Está certo que estes casos sucessivos: das escutas, da tvi, do freeport não dão aso a que se publique e se comente muito mais (sem falar obviamente da qualidade de jogo do sporting).


Contudo consegue-se sempre espaço para um fenómeno fascinante que ocorre há algum tempo no preâmbulo político português. Se estava a pensar na fantástica oratória da Dr.Manuela Ferreira Leite, peço desculpa caro leitor, mas não acertou. O que me leva a escrever hoje é a forte liderança e união que o Partido Social-Democrata (PSD) tem demonstrado recentemente.
Ora vejamos, depois da inocente e humilde saída de Durão Barroso para o parlamento europeu, o PSD só viveu momentos de glória e sucesso político. Santana-Lopes trouxe a rebeldia e a legislatura mais longa de sempre, bem como solidificou o bom ambiente vivido no partido, e para quê realçar a digna e saudável “luta de cães” de Marques Mendes e Luís Filipe Menezes?


A grande questão é: quem prosseguirá este pacífico caminho de progresso sobre a esquerda? Três nomes surgem nesta longa-metragem – Pedro Passos Coelho (parece que já ouvi este nome em algum lado), José Aguiar-Branco (e aqui vai outro) e Paulo Rangel. Estranhou não ter feito nenhum à parte para este último? Não o fiz exactamente porque considero que o próprio não merece qualquer tipo de apresentações. Alguém que no Parlamento Europeu afirma que Portugal já nao é um Estado de direito...merece todo o respeito do mundo, mais, da Europa.


Este senhor de pequeno porte achou por bem denunciar a campanha que o Governo anda fazer contra os meios de comunicação social, aliás se fosse eu faria o mesmo, até porque se não fosse o PSD, bem estruturado e organizado, a lutar pela liberdade de imprensa, estaríamos nas ruas da amargura. Parabéns Paulo Rangel, obrigado PSD por serem tão magros que nem para o próprio umbigo conseguem olhar. Quem será o próximo a liderar este grande partido? Venha o diabo e escolha. Ai Paulinho Paulinho, se tivesses um telejornal à sexta à noite...



Miguel Branco

17/02/10


Agora que já passou a euforia inicial da criação do blog, onde escrevo todos os dias com inúmeras ideias e motivações, procuro temas para deixar uma nova mensagem. Obrigando-me a escrever, para dar asas à minha escrita, para me libertar do que vou escrevendo na minha mente, sem que o ponha em papel.

Imagino se houvesse um aparelho que reproduzisse tudo o que penso, raciocínios que construo, metamorfoses pensativas nuas de preconceitos, onde tudo é dito e pensado e sentido, sem que o senso comum me cortasse o politicamente correcto. Quando penso, posso pensar, não me justifico a ninguém (sem ser a mim próprio), não oiço vozes humanas a chamarem-me à razão, a matarem-me a liberdade. Se é isso que faz de mim o ser creativo e bem disposto que sou - visto que muitas vezes exponho aquilo que penso e não posso dizer - é também um dos meus maiores problemas. Vai-me consumindo, desconcentrando, vai fazendo do meu corpo pensamento, alastrando da cabeça para o resto do corpo. Torno-me pensamento em forma humana, não que isso faça de mim um ser de elevada intelectualidade, mas sim uma folha cujas linhas são preenchidas com letra de médico, sem que a grande maioria das pessoas leia o que estou a sentir. Só conseguem ler que estou efectivamente a pensar, não aquele pensar comum de todo o ser humano, mas o pensar profundo, de retirar ilações e possíveis conclusões ou premissas. Possíveis, quando são possíveis.

Quem me dera, por vezes, poder não pensar. Para não ter vontade de explodir e comigo arderem todas as folhas arquivadas do meu registo de pensamentos.


Miguel Branco

12/02/10

Post 3 (não leiam)


Boa noite, sabem aqueles dias tão característicos em que acordamos de manha e sentimos que nascemos para dizer piadas sem piada nenhuma e que por isso mesmo achamos que tem piada, mas no fundo não tem piada nenhuma? Eu hoje tive um dia assim, e como foi bom senti-lo de novo. Não que fosse novidade na minha vida, mas já nao tinha um dia destes há bastante tempo. E sabem que mais? é espectacular, saber que as pessoas se riem ou de cansaço ou de pena, de tanta merda que sai da nossa boca. Sei perfeitamente o que estão a pensar neste momento, o rapaz sensível que vos deu textos tão poéticos nos 2 posts anteriores está agora aqui armado em campeão a dizer piadas. Mas não, simplesmente quando o cansaço é tanto que já nada flui na cabeça, ou pior, quando isso acontece desde que acordamos, o melhor é tar calado e deixar algo de alguém que é como o algodão, não engana.


"Para compreender, destruí-me. Compreender é esquecer de amar. Nada conheço mais ao mesmo tempo falso e significativo que aquele dito de Leonardo Da Vinci de que não se pode amar ou odiar uma coisa senão depois de compreendê-la.

A solidão desola-me, a companhia oprime-me. A presençaa de outra pessoa descaminha-me os pensamentos; sonho a sua presença com uma distracção especial, que toda a minha atenção analítica não consegue definir." - Fernando Pessoa


Miguel Branco, kiss




11/02/10

Post 2

Aqui vai o primeiro desabafo deste blogue, que venham muitos mais. É normal que não percebam alguma coisa, nem eu mesmo percebo, nem sei para quem tou a escrever, mas quando se abre um blogue temos de criar uma entidade superior, no plural, que são vocês e vocês, sejam lá quem forem, sei que me compreendem.

Dou comigo

Dou comigo à procura de folhas de papel que não são para encontrar, de canetas sem tinta perdidas no fundo da mala, de micas dobradas sem vontade de guardar conhecimentos, de sebentas sem fim presas por elásticos fatigados, de lapiseiras com minas explosivas balançadas por disciplinas constrangedoras, de separadores multicolores esmagados por axiomas e teorias hipodérmicas, de jornais não pagos de há 3 dias que se lêem ao sabor do tempo, de post-its que aguardam ideias não-amarelas. Dou comigo à procura...e não encontro, procuro sim um motivo para não partir paredes, para não comer a despensa como se tivesse tanta fome que comia o planeta inteiro e o sistema solar como sobremesa. Dou comigo a ser eu, a ter tempo para pôr em prática a minha personalidade e a não pagar mais por isso, a agir em vez de fingir, a ser capaz de evitar olhar para o relógio de 10 em 10 minutos, a ver o tempo passar com cara de mau e a esticar-lhe o dedo. Dou comigo a ter tempo e a não ter esclarecimento suficiente para ter vontade de ser, de estar, no presente do indicativo. Dou comigo a desviar o olhar para não ver a minha consciência passar, com medo de ouvir aquilo que já devia ter ouvido: eu não dou comigo.


Miguel Branco

http://www.youtube.com/watch?v=_XROFEwhBpc - Aqui deixo uma música genial, feito por um génio, para acompanhar a leitura, faz sempre bem. Beijinhos e abraços.

10/02/10

Hoje


Foi a disciplina de seminário do jornalismo que me impulsionou para a criação deste blogue. Já tive um em conjunto com amigos meus, mas acabou por não ter continuidade. O que escrevo aqui não são mais que puros rascunhos e divagações de tudo o que meto em papel, desde coisas já escritas até coisas feitas nesta caixa de mensagem, propositadamente para este blogue. Tudo o que podem encontrar aqui é coisas com texto, mas nunca com contexto. Aqui fica hoje um texto de dia 30/11/09.





Fontes



Giro em torno de mim, procuro frases no ar, slogans nos outdoors.

Algo que me caracterize, que consiga pôr no papel.

Como uma bibliografia que possa ser consultada na minha estante de retratos pessoais.

O último nome seguido de vírgula e do primeiro, o ano da edição e o seu local.

Não como fonte bibliográfica para a criação do retrato de outrém.

Sim como arquivo, em português arcaico, com pedido de autorização.

Burocracias que cirem dificuldades à sua consulta.

Única e exclusiva consulta de mim, feita por mim.

Para me lembrar quem sou.

Se todos as coisas fossem materiais, escritas em papel, era tão mais fácil.

Ninguém interpretava, havia vida enquanto houvesse tinta na caneta.

Hoje quero-me lembrar, não há bibliografia.

Só há escritor.


Miguel Branco